27 novembro 2010

não mais do que tenho dito (escrito)

Sentado num café,
olho para a rua.
Sinto-a nua,
despida de seriedade,
suja de banalidade.

Prefiro ficar-me, dentro.
Bebendo Cardhu,
zangado, sem alento.
Fumando um cigarro,
estando como a rua, nú.

Como sempre, estático,
neste ponto enigmático.
Fixo-me em nada,
ansiando a retirada
de qualquer ser simpático.

Ele não vem,
adivinhando o desdém.
Olhando a minha frieza,
debruçado sobre a mesa,
ele se detém.

Em outro canto se fica,
imaginando o que a minha pessoa debita.
Desvio-lhe o pensamento,
pego noutro cigarro.
Continuo o meu momento,
em que à tristeza me amarro.

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